Guia de Grêmios (Euetu)

Grêmios: Pesquisa qualitativa e formação de gestoras/es e professoras/es no Amapá

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação lançou em maio de 2025 a pesquisa sobre grêmios estudantis do Projeto Euetu no Amapá e realizou uma formação de gestoras/es e professoras/es sobre a importância da Agenda 2030, da gestão democrática e da educação antirracista junto à rede estadual do Amapá. As iniciativas buscaram contribuir para o protagonismo de jovens através da participação social e política, estimulando o fortalecimento dos grêmios escolares.

A agenda de formação de gestoras/es e estudantes do Projeto Euetu teve parceria com a Secretaria de Estado da Educação do Amapá (SEED-AP). A formação esteve integrada à "Semana Formativa Grêmio Estudantil 2025" da SEED-AP, que aconteceu entre os dias 27 e 30 de maio. Com uma programação diversificada para gestoras/es, docentes e estudantes, o evento contou com oficinas, mesas-redondas e palestras promovidas em parceria com as instituições mencionadas. Confira como foi a programação completa do site da SEED-AP.

ACESSE A PESQUISA QUALITATIVA COM GESTORAS/ES E ESTUDANTES DO AMAPÁ (PDF)

ACESSE A PÁGINA ESPECIAL DO PROJETO EUETU 

Pesquisa qualitativa com gestores e gestoras e estudantes
No período de um ano, entre setembro de 2023 e setembro de 2024, foram realizadas 48 entrevistas com educadoras/es na função de gestoras/es destas escolas, de todos os municípios do estado do Amapá. Muitos foram os desafios para a realização das entrevistas, principalmente de ordem de acessibilidade telefônica e internet. A maioria dos municípios contatados foram da área rural e não têm acesso à rede de telefonia fixa, apenas via internet, que também tem seu acesso precarizado.

Das 48 escolas pesquisadas, apenas 12 (25%) declararam ter grêmios ou coletivos estudantis funcionando. Um total de 32 se identificaram como sendo escola Rural/Campo e 17 como escolas urbanas.

Somente 10 escolas (21%) desenvolvem uma educação antirracista, 6 urbanas e 4 rurais/campo, com projetos focados na discussão sobre raça/etnia que acontecem durante todo o ano letivo. As outras 38 escolas (79%) abordam o tema apenas em atividades pontuais durante o Mês da Consciência Negra e não desenvolvem nenhum projeto ao longo do ano que aborde essa temática.

Nas entrevistas, ficou evidente que existe um interesse dos gestores e gestoras em constituir esse espaço para os estudantes como estratégia de fortalecer a participação na gestão escolar

Estudantes
A pesquisa também analisa a perspectiva estudantil. O chatbot do Projeto Euetu - Grêmios e Coletivos Estudantis foi formulado com objetivo de alcançar o maior número possível de estudantes. A ferramenta foi formulada em conjunto com estudantes dos três estados que são foco deste projeto – Amapá, Amazonas e Maranhão – que indicaram a ferramenta como possibilidade de obter respostas durante a pandemia e também durante o processo de retorno às aulas em 2022.

Funcionando desde 2021, até o momento – maio de 2025 –, o chatbot alcançou um total de 86 estudantes no Amapá. Para fins de análise, a partir de critérios desenvolvidos para validação das respostas, o total de respostas consideradas válidas foi de 61. Dentre os critérios estavam: ser estudante dos estados foco do projeto, ser estudante de escola pública ou comunitária, e responder pelo menos mais da metade das perguntas.

No que se refere à organização dos estudantes, 40 (66%) informaram que a escola tem grêmio estudantil, 11 (18%) que a escola tem conselho de líderes.

No bloco de questões sobre educação antirracista, a maioria dos estudantes que participaram da pesquisa indicaram que a escola em que estudam promovem discussões sobre raça e etnia, 45 (74%), e 16 (26%) responderam que a escola não promove esse tipo de discussão.

A agenda de formação de gestoras/es e estudantes teve parceria com a Secretaria de Estado da Educação do Amapá, Secretaria de Estado da Juventude do Amapá, Secretaria de Estado de Mobilização e Participação Popular do Amapá, Ministério Público do Estado do Amapá, Tribunal Regional Eleitoral do Amapá e a Universidade do Estado do Amapá (UEAP). O apoio é do Projeto SETA - Sistema de Educação por uma Transformação Antirracista e da União Europeia no Brasil.