Campanha Nacional pelo Direito à Educação manifesta apoio ao Campus Clóvis Moura da UESPI

Em Carta à Sociedade Brasileira contra fechamento ou ‘unificação’ de cursos no campus, entidade reafirma a confiança de que a universidade reconsidere a reorganização

 

Leia abaixo a Carta à Sociedade Brasileira da Campanha Nacional pelo Direito à Educação em defesa do Campus Clóvis Moura da Universidade Estadual do Piauí (UESPI).

A Campanha se posiciona contrariamente à decisão pelo fechamento ou “unificação” de cursos no campus, que levanta preocupações legítimas quanto ao acesso à Educação Superior e ao desenvolvimento da região.

Segundo a carta, a decisão não foi precedida de uma análise criteriosa dos desafios orçamentários e administrativos enfrentados pela UESPI nas últimas duas décadas.

O documento destaca a importância do campus para o desenvolvimento social e educacional do estado, especialmente na formação das juventudes das regiões sudeste de Teresina, municípios vizinhos e de todo o estado.

 

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CARTA À SOCIEDADE BRASILEIRA

EM APOIO AO CAMPUS CLÓVIS MOURA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ (UESPI)
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A Campanha Nacional pelo Direito à Educação, acreditando na relevância da Universidade Estadual do Piauí (UESPI) para o desenvolvimento social e educacional do estado, vem a público manifestar-se em defesa do Campus Clóvis Moura. Reconhecemos seu papel fundamental na formação das juventudes, especialmente nas regiões sudeste de Teresina, nos municípios vizinhos e em todo o Piauí. Nesse sentido, repudiamos a proposta de unificação de cursos deste campus, considerando que tal medida fere o direito à ampliação e ao acesso à Educação Superior, comprometendo a sustentabilidade e eficiência das políticas educacionais para essa etapa de ensino na UESPI. 

Acreditamos que a decisão pelo fechamento ou “unificação” de cursos no Campus Clóvis Moura não foi precedida de uma análise criteriosa dos desafios orçamentários e administrativos enfrentados pela UESPI nas últimas duas décadas. A instituição tem sofrido com recursos limitados destinados à educação pública pelo governo estadual ao longo de diversas gestões, sem ter suas demandas essenciais atendidas para garantir o pleno desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Entre os problemas mais urgentes, destacam-se a insuficiência de recursos humanos, financeiros e a falta de infraestrutura mínima para seu funcionamento adequado. 

As instâncias internas, superiores e os Conselhos da UESPI precisam compreender que esta instituição representa um dos maiores bens públicos do Estado do Piauí. É imperativo que mantenham seu compromisso com a qualidade e excelência acadêmica que a UESPI demanda, priorizando os cursos de formação de professores, em especial devido à demanda por formação qualificada para ações educacionais de impacto social, considerando a capilaridade da UESPI em todo o estado. 

Ressaltamos que a unificação dos cursos não oferece uma oportunidade real de redirecionamento de investimentos para melhorias nos cursos envolvidos, tampouco para garantir qualidade formativa, ampliação do quadro de docentes, aumento de insumos e aprimoramento de recursos tecnológicos que fortalecem a infraestrutura acadêmica. Nesse contexto, a medida limita o potencial da UESPI para concentrar-se em áreas estratégicas e responder às necessidades educacionais e sociais do estado, privando a juventude piauiense de oportunidades profissionais e de desenvolvimento que possam contribuir de maneira mais eficaz para o progresso educacional e social do Piauí. 

Reconhecemos o impacto que essa decisão pode ter sobre a comunidade local e os estudantes que dependem do campus e reiteramos nosso apoio para que a universidade e o governo estadual mantenham um diálogo aberto com todas as partes envolvidas. É essencial que sejam adotadas medidas de fortalecimento do Campus Clóvis Moura, a fim de minimizar os impactos da exclusão educacional e das desigualdades econômicas e sociais que afetam as juventudes. Políticas de fortalecimento que garantam o acesso à Educação Superior para aqueles/as que mais precisam são indispensáveis. 

Reafirmamos nossa confiança de que a UESPI reconsidere essa reorganização e, comprometida com as demandas de proteção e formação das juventudes, siga desempenhando seu papel como formadora de profissionais comprometidos com o desenvolvimento social do Piauí. A proposta de unificação do Campus Clóvis Moura e o consequente fechamento de cursos levantam preocupações legítimas quanto ao acesso à Educação Superior e ao desenvolvimento da região. Manter o campus aberto, estruturado e com um ensino, pesquisa e extensão de qualidade, funcional e diversificado, com cursos adaptados às demandas locais, é fundamental para que a educação superior pública continue sendo um motor de inclusão e desenvolvimento para a população do Piauí. 

Nossa missão permanece: defender incondicionalmente o direito à educação de qualidade e construir uma universidade pública, gratuita, laica, forte e sustentável para as gerações futuras. 
 


Andressa Pellanda 
Coordenadora Geral 
Campanha Nacional pelo Direito à Educação


(Foto: Divulgação/Uespi)