Retomada de presença do Brasil na Agenda 2030 mostra compromisso do atual Governo Brasileiro, mas falta de menção sobre a priorização à educação em evento na ONU sinaliza alerta

Em evento paralelo da Missão do Brasil no Fórum Político de Alto Nível 2023 da ONU, em Nova York, a retomada do compromisso do atual governo em debater a implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foi destaque entre os presentes

 

Negada pelo governo anterior e mantida por organizações que integram o Grupo de Trabalho da Agenda 2030, entre elas a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, a retomada da presença do Brasil na Agenda 2030, para Andressa Pellanda, coordenadora geral da entidade, foi um momento estratégico e simbólico, mas de alerta pela falta de priorização da pauta educacional.

“Como fazia falta esse compromisso. Agora, seguimos no monitoramento para que a agenda seja de fato cumprida. E, de novo, faltou o Ministério da Educação e, nas falas, a priorização à educação, de que tanto se tem dito e menos se tem feito”, destacou Pellanda,  coordenadora geral da Campanha, sendo parte do Grupo de Trabalho da Sociedade Civil para a Agenda 2030 (GT Agenda 2030), da Campanha Latino-Americana pelo Direito à Educação e como integrante da Rede de Ativistas pela Educação do Fundo Malala no Brasil.

Ainda durante o evento, o Embaixador Sérgio França Danese, representante permanente do Brasil junto à ONU, reiterou que é preciso colocar a Agenda 2030 "de volta nos trilhos" e "acelerar a implementação da agenda". Flavio Schuch, da secretaria geral da presidência, segue na mesma linha, afirmando como esse governo está comprometido em trazer a sociedade civil para dentro do governo, recuperando o “que foi perdido” nos últimos anos.

Yumi Nakamura, da Comissão Nacional dos ODS, traz o compromisso do país com equidade, proteção ambiental, participação social na criação e implementação de políticas públicas. Lista dezenas de programas que foram lançados ou retomados nos últimos meses, reforçando seu compromisso com a Agenda 2030, citando o caso do G20 com seu sediamento em 2024. Ela mencionou como a sociedade civil foi a responsável nos últimos anos por manter a Agenda 2030 viva no país. Yumi afirma que não há outro caminho para acelerar sua implementação se não em parceria com essas organizações da sociedade civil.

Alessandra Nilo, representante do GT Agenda 2030 e da Gestos, trouxe em sua fala nosso Relatório Luz da Agenda 2030, mencionando que é a primeira vez em 5 anos que fazemos parte da delegação oficial do Brasil no #HLPF2023."É o momento de reafirmar que o Brasil está de volta à Agenda 2030”, disse. Nilo também cobrou a construção do Conselho Nacional dos ODS, que deve ser instância permanente de promoção e monitoramento da agenda no Brasil.

A sétima edição do RL, de 2023, será lançada em setembro. A Campanha tem colaborado com o capítulo do ODS 4 (educação) nas edições do relatório.

 

(Foto: Manuel Elías / United Nations Photo)