Nota de pesar: a Campanha lamenta a tragédia que resultou na morte da jovem estudante Geane da Silva Brito

Tragédias como a de hoje podem se tornar cada vez mais frequentes se não forem encerrados os programas do atual governo como a educação militarizada e a política armamentista vigente

 

NOTA DE PESAR (leia em PDF)

 

Brasil, 26 de setembro de 2022.

 

A Campanha Nacional pelo Direito à Educação lamenta profundamente a tragédia ocorrida na manhã de hoje, 26 de setembro de 2022, que resultou na morte da jovem Geane da Silva Brito, estudante do 9º ano da Escola Municipal Eurides Sant’Anna, no município de Barreiras, no oeste da Bahia.

Tragédias como a de hoje podem se tornar cada vez mais frequentes se não forem encerrados os programas do atual governo como a educação militarizada e a política armamentista vigente.

Em maio de 2019, a Escola Municipal Eurides Sant’Anna foi uma das inúmeras instituições de ensino públicas que adotou a gestão compartilhada entre município e polícia militar, via Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares, um projeto contra a gestão democrática e contrária aos princípios que garantem o direito à Educação, transformando a escola em um espaço violento, opressor, que coíbe o pensamento crítico, a autonomia e a cultura da paz.

Aliada a esse modelo educacional extremamente retrógrado e autoritário, soma-se a política bélica propagada pelo governo Bolsonaro que promove o armamento da população, contrariamente aos avanços em termos de políticas de segurança pública.

Em meio ao cenário de terror na escola, estava Geane, 19 anos, uma jovem com deficiência. Alvejada, não resistiu ao ataque provocado por um adolescente de 14 anos. Geane, infelizmente, entrou para a estatística de violência letal por armas de fogo.              

É inegável que o momento é de dor pela perda irreparável e a Campanha se solidariza com os familiares, amigos, trabalhadores da instituição de ensino e estudantes.

Entretanto, a morte de Geane e o contexto em que se insere precisam, necessariamente, ser objeto de nossa reflexão e ação, passando obrigatoriamente pelo debate sobre o fim da militarização das escolas, do desarmamento da sociedade, da ausência do Estado na promoção da segurança pública, da proteção e inclusão das pessoas com deficiência e da saúde mental de sua população.

Geane da Silva Brito, presente!

(Foto: Divulgação APBL)