Por meio de chat no WhatsApp, projeto Euetu de mapeamento de grêmios e coletivos escolares na Amazônia vai pesquisar atividades participativas e antirracistas
A Campanha Nacional pelo Direito à Educação retoma em novo formato o Projeto Euetu - Mapeamento de Grêmios e Coletivos Estudantis na Amazônia. Lançada no fim do ano passado, a iniciativa busca mapear grêmios e coletivos escolares de forma a conhecer sobre participação e organização de estudantes na gestão escolar para a gestão democrática.
Agora apoiado pelo Projeto SETA - Sistema de Educação Pública Antirracista no Brasil -, o Projeto Euetu vai acrescentar, de forma específica, a perspectiva antirracista em sua pesquisa sobre a participação estudantil.
Somado ao aspecto central da gestão democrática que existe desde o primeiro momento do Euetu, o levantamento também vai conter perguntas para avaliar se existem e como são realizadas atividades antirracistas nas escolas e os estudantes se organizam para promovê-las.
O Projeto Seta é uma aliança inovadora, com sete organizações da sociedade civil nacional e internacional: ActionAid, Ação Educativa, Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Geledés - Instituto da Mulher Negra, Makira-E'ta e a Uneafro Brasil. O Seta ainda é um dos finalistas da ação global da Fundação Kellogg para promoção da equidade racial (Racial Equity 2030).
ACESSE E DIVULGUE O CHATBOT DA PESQUISA: https://wa.me/5511987937711
Amazônia
Amapá, Amazonas e Maranhão continuam sendo os estados escolhidos para essa primeira fase do projeto - que em um segundo momento será expandido para o restante do país.
Com metodologia própria de coleta e organização de dados, a ferramenta escolhida para o contato com as/os estudantes foi o chatbot (software de bate-papo). Chamado Euetu - que significa vento, na língua do povo Sateré-Mawé, do Amazonas, o bot funciona no WhatsApp, no celular e no desktop, interagindo com estudantes e educadoras/es das redes municipais e estaduais de pelo menos 49 cidades dos territórios escolhidos.
Essa estratégia contempla populações que não têm acesso à banda larga e possibilita a comunicação pelo celular com baixo uso de dados de internet.
Os Comitês Regionais da Rede da Campanha, presentes em cada um dos estados designados no projeto - assim como em todas as unidades federativas do Brasil -, contribuem para a implementação do projeto trazendo expertise em articulação das redes locais.
Ainda, o projeto conta com apoio da Porticus e de outras organizações parceiras na divulgação da pesquisa, como Aprendiz, Comunidade Educativa CEDAC, Flacso Brasil, Instituto Alana, Unicef, entre outras.
Um dos objetivos do projeto é qualificar dados sobre a organização dos estudantes em espaços de participação escolares, podendo assim identificar grupos estudantis e formas de atuação para a promoção da gestão escolar inclusiva e democrática.
“O projeto faz parte de um programa da Campanha de fortalecimento da educação integral e da visibilização de grupos muitas vezes excluídos do sistema educacional no campo, em comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas, entre outras. É também parte de uma estratégia de fortalecer os movimentos locais, inclusive junto às juventudes, e ampliar o trabalho de incidência política e de fortalecimento dos espaços democráticos nos estados e, a partir deles, para a agenda nacional”, afirmou Andressa Pellanda, coordenadora geral da Campanha.