Após episódio de machismo, Comissão de Educação da Câmara dos Deputados publica moção em apoio a Andressa Pellanda, coordenadora-geral da Campanha
A Comissão de Educação (CE) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (15/04) uma moção em apoio a Andressa Pellanda, coordenadora-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.
Em audiência pública na última semana, Pellanda foi chamada de “menina” e impelida a “estudar” por Rick Dias, presidente da Associação Nacional de Educação Domiciliar (ANED).
A Comissão de Educação repudia o ato e o caracteriza como “imensa falta de respeito, machismo e irreverência” para com a representante máxima da Campanha.
“A Câmara dos Deputados (...) não pode permitir esse tipo de tentativa de deslegitimação e de falta de respeito com nenhuma mulher ou jovem, com nenhuma instituição da sociedade, ou com qualquer cidadã ou cidadão residente neste país. A postura do representante da ANED não condiz com a seriedade desta Casa”, diz o documento assinado por 25 deputados.
A Comissão de Educação “reafirma a legitimidade, experiência profissional e acadêmica da coordenadora-geral, que representa a muitos no debate e em tantos espaços nacionais e internacionais”.
“Pelo exposto, esta Comissão precisa assegurar a pluralidade de ideias e opiniões, sempre nos marcos do respeito e da civilidade que devem marcar as discussões no âmbito de um Comissão de Educação ou em atividades por ela apoiadas e, para tanto, contamos com o apoio dos nobres pares na aprovação do presente requerimento.”
Na audiência pública, Pellanda reiterou posicionamento contrário da Campanha à educação domiciliar. Além de considerar a modalidade inconstitucional e de violar o direito à educação de forma plena, a Campanha ratifica que esse tipo de ensino traz riscos para a proteção de crianças e adolescentes. Sua fala pode ser vista aqui.