Campanha Nacional pelo Direito à Educação completa 20 anos
'A educação que queremos é uma educação para a vida, para o desenvolvimento humano e social. Participar desse processo significa educar-se para o exercício da cidadania.'
Assim começou, há 20 anos, nossa história. E, assim, construímos a ação de nossa rede nessas últimas duas décadas: a serviço da consolidação dessa educação, que é prática da liberdade.
Na estação de onde partem todos os trens, no dia 5 de outubro de 1999, fez-se um samba. Chegou na roda uma menina e começou a dançar.
Era um samba na palma da mão e o povo danou a cantar. Menina brasileira, filha de trabalhador, na dança dessa vida tem passo de sonhador. E como um passarinho, foi pelo Brasil e pelo mundo a voar. E no puleiro da sorte veio pousar.
Dona Ivone Lara, sem saber, cantou nossa história. Nascemos no aniversário da Constituição Federal, com um belo lançamento na Central do Brasil.
Bebendo da água dos pioneiros, Anísio Teixeira e Paulo Freire, nos pusemos a sonhar - e a acreditar e a realizar.
Nossas mãos - negras, indígenas, dos ribeirinhos da Amazônia, do semiárido nordestino, do pantanal, das terras do chimarrão - conquistaram muito pela educação.
Podemos nos orgulhar: sempre combatemos o bom combate e fizemos jus a nossos princípios, sem pestanejar.
Hoje, vivemos tempos que não eram há 20 anos de se imaginar. Mas Dona Ivone também previu essa parte da história e, hoje, de algum lugar, nos coloca de novo a cantar:
A chuva tá caindo mas
O samba não pode parar
Não, não, não pode parar
Não, não, não pode parar
Esta chuva miuda para o
Sambista é uma coisa a toa
Chuva miuda no samba
Malandro é garôa
Chuva miuda no samba
Malandro é garôa
Esta chuva é sereno e
Não molha mais ninguém
Cada pingo que cai é
Mais um sambista que vem
Ih! Mas o samba não pode
Parar não, não, não, não
Pode parar
Vida longa à Campanha Nacional pelo Direito à Educação!
Parabéns a todos nós que dançamos essa música e não deixamos a roda acabar.