MEC volta atrás, alega 'equívoco' em carta às escolas e diz que filmagem é voluntária
Segundo a pasta, uma nova versão da carta será entregue às escolas, sem o trecho do slogan
Após o mal estar criado com o pedido de que escolas leiam o slogan de Jair Bolsonaro, perfilem alunos, professores e funcionários frente à bandeira, executem o hino e filmem a ação, o Ministério da Educação recuou da decisão, decidiu revisar a carta e reenviá-la às unidades, conforme anunciou em nota publicada nesta terça-feira 26. [...]
Escola sem Partido? As intenções por trás da medida do MEC também são tema de debate entre os especialistas. Para Paulo Pimenta, nem na ditadura militar (1964-85) “houve uma postura tão humilhante como essa”. Segundo ele, o atual ministro da Educação “não merece ocupar o cargo que ocupa”. “Ele extrapolou o limite do razoável. Isso é o que que se chama de ‘escola com partido’, uma manipulação barata que envergonha o País e o MEC”, ironizou o parlamentar. Na mesma linha critica o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito À Educação, Daniel Cara, que entende a ação como um cair de máscaras” do Ministério. “Considerando que eles defendem o ‘Escola sem Partido’, o que eles querem mesmo é tirar o pensamento crítico e fazer a doutrinação de direita nos espaços escolares. E as filmagens que servem para acusar professores pelo ESP agora servem para demonstrar a obediência de alunos ao governo. Triste momento para um Ministério que desde 1988 tentava – ainda que com erros e limites – resolver os problemas da educação”, declarou.