Prioridade de Bolsonaro, escolas militares sobrepõem disciplina à formação humanista
Alunos em filas separadas por gênero cantam o hino nacional antes de entrarem à escola. Todos uniformizados, se dirigem às salas de aula em silêncio onde terão uma longa jornada de estudos. Ao entrar na sala, o professor exige que todos se levantem e o “chefe da turma” faz então a apresentação do grupo e relata o nome e sobrenome dos alunos faltantes. Alguns deles até foram à escola, mas não puderam entrar porque usavam uma meia de uma cor diferente ou apresentavam um corte de cabelo moderno demais. Essa é a rotina de uma escola militar no interior de Minas Gerais, onde a disciplina e uniformização são mais valorizadas do que o aprendizado coletivo. Segundo o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE), Heleno Araújo, esse tipo de prioridade não coincide com os valores democráticos. “Essa ideia de colocar militares para fazer a gestão da escola pública porque tem disciplina, porque tem ordem, porque tem controle, porque os alunos todos têm que cortar o cabelo, tem que usar roupa que eles determinarem. Isso não é o tipo de sociedade que nós desejamos no Brasil”. A opinião de Araújo é compartilhada pelo ex-ministro da Educação durante o governo Dilma Rousseff (PT), Aloízio Mercadante. “Os dois valores essenciais de uma escola militar são hierarquia e disciplina, é o rigor. Nós precisamos formar o cidadão para conviver na sociedade, para ter uma cultura de solucionar os conflitos, pelo diálogo, pela paz, uma cultura de paz, o respeito ao outro. Por isso que a formação em filosofia, sociologia, cultura, em valores humanistas, é essencial no projeto pedagógico universal”.
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