Bolsonaro terá como desafios na educação a evasão escolar e a distorção idade-série

Brasília – Num país com 11,5 milhões de analfabetos, ampliar o acesso e aumentar a qualidade da educação ainda são demandas atuais. Entre a parcela da população que chega a ingressar na escola, a distorção idade-série e a evasão são grandes desafios, principalmente na rede pública. Assim, uma pequena minoria termina o ensino médio. Falhas impregnadas desde os séculos passados, além de métodos didáticos ultrapassados, minam o interesse de jovens pelos estudos. A desvalorização da profissão de professor é tanto efeito quanto causa de diversas adversidades no campo do ensino. Nesse contexto de desequilíbrios de entrada e permanência gritantes, a educação, que seria a grande ferramenta para combater desigualdades, acaba não tendo a efetividade desejada, especialmente nas áreas mais carentes e vulneráveis. Assim, problemas sociais se perpetuam e metas não são alcançadas. Entre os maiores desafios que o presidente eleito Jair Bolsonaro precisará enfrentar estão universalizar a educação básica e garantir mais oportunidades de formação técnico-profissional e superior. A principal proposta do deputado federal é transferir recursos do ensino superior para o básico. O programa de governo de Bolsonaro ressalta que os gastos com educação no Brasil são comparáveis aos de países desenvolvidos, mas os resultados estão entre os piores do mundo. Ele propõe uma “reversão da pirâmide” de despesas para priorizar a etapa básica. Para o ensino superior, o programa prevê parcerias de universidades com a iniciativa privada para desenvolvimento de novos produtos, visando aumentar a produtividade do país. Na avaliação de Daniel Cara, coordenador geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação (CNDE), não se trata de uma estratégia adequada. “Essa é uma proposta de quem não conhece a área”, resume. Pesquisa de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstrado a imensidão do desafio. A desigualdade regional no acesso à educação é um dos principais problemas. Enquanto o Sudeste e o Sul têm a menor taxa de analfabetismo, de 3,5%; o indicador no Nordeste é de 14,5%. A média nacional é de 7%.

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